6.4.17

Sinais dos tempos anunciando uma nova cultura



Está se passando com os americanos o que acontece com o Scolari . Só ha um D diponível e este vai para o inimigo externo; por isso estão impedidos de ver o outro interno; por isso nada podem apurar sobre o que lhes acontece de grave. Até agora nós não sabemos nada, absolutamente nada sobre o 11 de setembro; eles sabem, tudo, mas recalcam. Assim foi com os Kennedies, Luter King, Oklahoma, Simpson, etc. É isto que mais os está enfraquecendo. Não acha que isto sinaliza o fim de (certo) mundo?

O que se está vendo pelo mundo não é prenúncio de fim de mundo, mas os sinais dos tempos anunciando uma nova cultura. Nunca foi tão fácil mudar o mundo; basta um sopro, naturalmente, a favor do vento. O mais difícil de compreender é porque ninguém percebe isso, ou melhor, sente e reage fechando a boca. Por que não se quer mudar. A eleição francesa em que a esquerda carregava cartazes dizendo sim à corrupção, não a Le Pen ou ao fascismo dá uma dica importante. A palavra fascismo hoje é uma palavra valise, onde cabem muitas coisas, entre elas fascismo mesmo, ser fumante de charutos, mas também, pública e despudoradamente, ser contra a honestidade. Porque os direitistas americanos estão tão fortemente aliados aos esquerdistas (vale dizer, agora, corruptos) franceses. No meu livro, que você deveria ler com atenção, no capítulo cinco eu mostro, ou melhor, demonstro que o oposto de esquerda (marxista) não é direita e sim psicanálise. Para se chegar àquela falsa oposição é preciso passar por Jung, pela invenção do "inconsciente coletivo", que, aliás, é a principal referência do seu texto, de cabo a rabo. Ponha entre parênteses, apenas para experimentar, a hipótese do inconsciente coletivo e você verá que as coisas começam a clarear, e muito.

A dupla diferença (D/D), sim, mas só enquanto dissociada de (I) , isto é, enterrados os mediadores femininos que levam de um ao outro: I, (D, I/D), D/D. Nestas circunstâncias, torna-se impossível a síntese I/D/D, pois I , frente a D/D sucumbe, vira apenas sujeito assujeitado de D/D (esta é a grande traição judaica a Yawé, que o Sharom tenta obscurecer, projetando o fundamentalismo judaico sobre os palestinos, que outra coisa não representam que o próprio fundamentalismo judaico, a voz de Yawé. Trata-se de uma guerra fóbica, guerra a uma parte de si mesmo. A Primeira e Segunda Alianças já foram para o brejo; agora só resta a Terceira e definitiva). Em suma, o processo de síntese apenas masculina de I e D/D, ou seja, a ciência (D/D) dominando a técnica (I, D/D) se reduz a D/D mesmo. A articulação hegelino/marxista (I/D) com a psicanálise (D) precisa ser afastada a todo custo para que não se perceba a possibilidade de I/D/D. O judeu Lévi-Strauss cria o estruturalismo moderno desvelando a segunda diferença, mas antes dissociando I da primeira, para só chegar a D/D e não a I/D/D. É demais! Ele e a nossa cegueira (como a servidão) voluntária. Ora, isto foi tentado pela Escola de Frankfurt, mas como eram todos judeus financiados por judeu (já reparou onde é a sede do BC Europeu por trás do Euro - Frankfurt? Para lá emigraram, em 1800, 600 famílias judaicas, das quais 60 de banqueiros, dando início ao processo de unificação (econômico-financeira) da Alemanha). Os da Escola de Frankfurt perceberam o objetivo (articular I/D a D, Marx a Freud), mas se perderam como sujeitos (I fundamentalista) daquele objetivo, declarando-se (Adorno) impotentes para transcender à sua própria cultura (moderna) Preferiram não denunciar que a associação de Israel à ciência ou ao capitalismo era uma traição a Yawé. A dupla diferença sim, mas sem que uma delas venha associada a I/D.

O cristianismo fundamentalista, patrístico, I/D, como a princípio tentou a Teologia da Libertação, era justamente o caminho, mas a Segunda Aliança também foi traída por gente como o Papa atual, Ratzinger e caterva. Por que o Boff abandonou o caminho que ele próprio arduamente ajudara a abrir? A contracapa que ele escreveu para o meu livro é o retrato de sua incoerência, altamente moral, felizmente para mim e todos nós.

Fica a pergunta: por que nunca foi tão fácil mudar o mundo; bastaria um sopro, naturalmente a favor do vento, a favor da história hiperdialética da cultura ... mas todos se recusam a pelo menos descolar os lábios? Hoje, 18, como os do Forte, seria o suficiente.... Chocou-me profundamente ver um amigo empresário morando de frente para o mar na Zona Sul se recusar a comprar alguns poucos livros para doar à BN, alegando dificuldades financeiras. É de sentar no meio-fio e chorar! Ou será que tudo isto é ilusão, apenas choro, apiedado de mim mesmo?

Um grande abraço,

Sampaio

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