Hoje, restritos grupos dominantes retiram direitos elementares de massas imensas de trabalhadores; meia dúzia de moleques/operadores a serviço de alguns fundos internacionais e mega-investidores provocam graves abalos na economia de países periféricos trazendo a incerteza a milhões de famílias já à beira da miséria; um grupelho de testas de ferro e “funcionários públicos” graduados fazem aquela festa pornográfico-bursátil, agarrando todos juntos o mesmo pau, simbolizando a apropriação privada quase de graça de uma montanha de bens públicos penosamente acumulados. E ninguém reage! Apenas trinta ou quarenta anos atrás ninguém se atreveria a tamanha demonstração pública de banditismo, crueldade e falta de pudor. Como pode o nosso mundo em tão pouco tempo mostrar a cara que verdadeiramente sempre teve, mas, por séculos zelosamente escondia?
A total falta de resistência está fazendo com que as coisas cheguem rapidamente a extremos inimagináveis. Foram necessários dezenas de milhares de anos para que a TERRA, uma dádiva divina, fosse inventariada, medida e depois submetida à apropriação privada em toda a sua extensão e mínimos recantos. Haviam as estradas e pistas de aeroportos, mas estas estão sendo rapidamente reapropriadas; e quem de nós hoje não deseja colocar uma guarita, contatar um guarda armado e privatizar a ruazinha onde mora?
Agora, em apenas algumas dezenas de anos, a pretexto de uma iminente suposta escassez de água potável no Planeta, declara-se alto e bom som a ÁGUA um bem econômico, preparando assim a sua próxima apropriação privada. Vaticinamos: não passarão mais do que dez anos e o AR, já poluído pelo próprio sistema industrial predatório, virá ser declarado bem econômico e assim também pronta para a imediata privatização. Daí por diante, quem quiser respirar, que pague. Eis a racionalidade profunda da não adesão americana ao protocolo de Kioto. Isto vem da física mais conspícua: a falta de resistência é, por definição, a causa eficiente da supercondutividade do mal, por isso em apenas algumas horas ou minutos após a privatização do ar, virá a do FOGO: um conjunto de satélites-espelhos adrede colocados em órbitas otimizadas (para satisfação e orgulho nacional (americano), lançados da base de Alcântara) eclipsará totalmente a luz do SOL para a seguir redistribuí-la segundo a “demanda”, corrigindo assim a irracionalidade e despropositada prodigalidade divina. Como nos conta o “sutil” Peter Sloterdijk, o presidente Thomas Jefferson em pessoa, sabido poliglota, passara muitas e muitas noites com sua meia dúzia de Bíblias e uma tesoura fazendo sua própria remontagem do Evangelho, escoimando-o de inconveniências, maus exemplos e absurdos milagres?!
Obviamente teremos a ANS – Agência Nacional do Sol – que zelará pela boa aparência da farsa concorrencial e o PROCONSOL(O) avantajadamente equipada, para receber as nossas reclamações contra eventuais abusos dos fornecedores do fogo solar.
Mas aí justamente estarão esgotados os quatro elementos aristotélicos do mundo sub-lunar – TERRA, ÁGUA, AR E FOGO – e não restará à Modernidade e seu modo capitalista de produção outra alternativa senão empreender a desesperada apropriação privada da QUINTA ESSÊNCIA. Será então uma outra história: terá ela que se haver não mais com um exércitos de ex-iguais, exangues e derrotados, mas já então com a Ira Divina em Pessoas e seus exércitos de anjos guerreiros..
Nunca foi tão fácil como hoje mudar o mundo, e ninguém mexe uma palha para tanto! Por que a máscara caiu em tão pouco mais que 30 ou 40 anos? Por que perdemos nosso tempo e dinheiro para comprar e ler o libreto do Sr. Norberto Bobbio, se direita e esquerda hoje são apenas marcas comerciais para angariar sobras de campanha e votos? A verdade, a nosso juízo, é que por trás da Modernidade está e sempre esteve a ciência com seu corpo sacerdotal muito bem ordenado.
Relembremos um pouco o que sempre soubemos, avisados que fomos até com bastante antecedência.
Três vezes Pedro, homem, negou Cristo, Filho de Deus; exatas três vezes – assim estava escrito (ou inscrito, parte no ADN, parte na estrutura da própria neo-córtex humana). Por isso, foram três, na História, segundo nossa nomenclatura, as culturas lógico-diferenciais – ou culturas do espaço, segundo o preclaro teólogo da cultura Paul Tillich, ou culturas materialistas, segundo o emérito historiador Arnold Toynbee –, todas a seu modo negando os deuses. Primeiro, foi a cultura neolítica de base agrícola (sumérios, babilônios, assírios e mesmo egípcios) que, sentindo-se ainda muito débil, apenas tentou corromper os deuses com sacrifícios de animais e bichos-homens, presentes caros e encantos mito-poéticos. Depois veio, já mais destemida, a cultura trágica greco-romana, prometéica assumida, que enfrentou de peito aberto os deuses. Enfim, chegamos a presente cultura cínica científica moderna, que simplesmente decidiu pela demissão sumária dos deuses. Quem hoje no Ocidente acredita no Juízo Final pelo qual se decidiria a salvação de cada um de nós? Os ricos já não morrem; fazem contratos com instituições comercias/científicas para terem seus corpos congelados e oportunamente despertos. Por isso já não carecem de missas fúnebres e de nossas preces para lhes facilitar uma imaginada, não se sabe como, ressurreição da carne. Os pobres fornecem seus cordões umbilicais anônimos, recheados de células tronco, para o bom funcionamento da pesquisa científica, enquanto que os ricos congelam o de seus filhos para que, amanhã, se necessário, daí gerarem clones de seus próprios órgãos de reposição por transplante ou, de modo mais modesto, produzirem “material” para ratificar seus seios e bundas, sem os inconvenientes dos enxertos de silicon.
Três vezes Pedro, homem, negou Cristo, Filho de Deus; exatas três vezes – assim estava escrito (ou inscrito, parte no ADN, parte na estrutura da própria neo-córtex humana). Por isso, foram três, na História, segundo nossa nomenclatura, as culturas lógico-diferenciais – ou culturas do espaço, segundo o preclaro teólogo da cultura Paul Tillich, ou culturas materialistas, segundo o emérito historiador Arnold Toynbee –, todas a seu modo negando os deuses. Primeiro, foi a cultura neolítica de base agrícola (sumérios, babilônios, assírios e mesmo egípcios) que, sentindo-se ainda muito débil, apenas tentou corromper os deuses com sacrifícios de animais e bichos-homens, presentes caros e encantos mito-poéticos. Depois veio, já mais destemida, a cultura trágica greco-romana, prometéica assumida, que enfrentou de peito aberto os deuses. Enfim, chegamos a presente cultura cínica científica moderna, que simplesmente decidiu pela demissão sumária dos deuses. Quem hoje no Ocidente acredita no Juízo Final pelo qual se decidiria a salvação de cada um de nós? Os ricos já não morrem; fazem contratos com instituições comercias/científicas para terem seus corpos congelados e oportunamente despertos. Por isso já não carecem de missas fúnebres e de nossas preces para lhes facilitar uma imaginada, não se sabe como, ressurreição da carne. Os pobres fornecem seus cordões umbilicais anônimos, recheados de células tronco, para o bom funcionamento da pesquisa científica, enquanto que os ricos congelam o de seus filhos para que, amanhã, se necessário, daí gerarem clones de seus próprios órgãos de reposição por transplante ou, de modo mais modesto, produzirem “material” para ratificar seus seios e bundas, sem os inconvenientes dos enxertos de silicon.
Nunca foi tão fácil como hoje mudar o mundo, e ninguém mexe uma palha para tanto! Ora, já conseguimos saber que o grande vilão nesta história é a ciência. Então por que não a controlamos, não lhe pomos os freios e orientações convenientes? A resposta já está dada: simplesmente porque é dela e somente dela que hoje esperamos a vida eterna; porque dela fizemos a nossa religião sem Deus.
A nosso modesto juízo, entretanto, a verdadeira salvação não pode vir antes do tempo, antes que o homem tenha atingido sua própria maturidade lógica, antes de encontrarmo-nos coletivamente numa cultura lógico-identitária (para Tillich, cultura do tempo; para Toynbee, cultura espiritual) que venha suceder a Modernidade. Fazer da ciência – pura criação humana – o suporte ideológico de qualquerda religiosidade é rematada loucura. A religião científica é ainda, pois, uma religião idolátrica. A última, diga-se de passagem. Não há atalhos lógicos: antes, teremos que alcançar a cultura nova, a nova cultura lógico-hiperdialética após-modernidade.
Com o advento de uma cultura nova, por suposto, a ciência não será banida, mas simplesmente transformada de fim em meio. Apenas como a grande e decisiva arma da luta de classes, sim, será ela definitivamente banida.
Nunca foi tão fácil como hoje mudar o mundo! Bataria soprar forte, síncrono, naturalmente, a favor da história. Bastaria deveras muito pouco, não fosse nossa incomensurável insensibilidade à miséria e a dor do outro, tudo por um pouco mais de grana... e a ilusão da salvação comprada. Guardadas as proporções, somos todos clones morais do senhor hoje do mundo, do nosso Senhor George W. Bush
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