6.4.17

O verdadeiro pacto social ou de como acabar com a violência


...NÂO APENAS DOS TRAFICANTES DE ARMAS E COCA, MAS TAMBÉM COM A DAQUELES QUE O FAZEM LÁ NO ALTO COM OS INTERESSES DA NAÇÃO


Pergunta-se: para que serve a filosofia? Entre muitas outras coisas, para não engolirmos tão facilmente tanta mentira, tanta falsa explicação e para que pensemos um pouquinho antes de passá-las adiante engrossando a corrente da ignorância conveniente e conivente.

Vejamos a questão da distribuição de renda. Ela não depende da taxa de mais valia (ou de ganância dos empresários). Se estes forem de fato capitalista, reinvestirão seus ganhos. Caso ganhem pouco, investirão pouco e contratarão apenas mais um carregador de sacos; caso ganhem muito, serão obrigados a empregar um engenheiro primeiro e depois dois carregadores de sacos. Obviamente isto é apenas uma anedota ilustrativa, que no entanto é corroborada pelas estatísticas. A distribuição de renda nada tem a ver com a taxa de mais valia ou exploração empresarial, até pelo contrário, a correlação é fortemente inversa. Quanto maior a taxa de mais valia num pais, melhor o seu perfil de distribuição de renda.

Pode-se argumentar que isto só seria válido num país realmente capitalista, mas não aqui, país semi-colonial, em que boa parte da mais valia é levada para o exterior. Concordaríamos, mas apenas em parte, chamando a atenção que ainda assim parte do dinheiro levado para fora, retorna como capital estrangeiro: são maus brasileiros, que preferem se juntar a outros “capitais” internacionais para gozarem não da garantia de propriedade proporcionada pela polícia brasileira, mas das forças armadas de nações estrangeiras poderosas. Cruamente: acham que estão mais garantindo ameaçando qualquer aventura confiscatória brasileira com retaliação nucleares.

Voltemos à nossa questão filosófica: de que depende a boa distribuição de renda numa nação? Ela depende fundamentalmentedo grau de universalidade e da qualidade de seu sistema educacional. E isto depende de que? Fundamentalmente dos que têm condições intelectuais para entender isto e sensibilidade para assumir a responsabilidade de resolvê-la. Em suma, precisamos garantir escolas máximas e não renda (esmola) mínima para todos.

É certo que se trata de uma tarefa gigantesca, mas há um sujeito potencialmente gigantesco para resolvê-lo.

Às classes dirigentes interessa a incapacidade de julgar por ; direito do consumidor

O segredo de qualquer reviravolta social esta na compreensão profunda (filosófica), na sensibilidade moral que nos solidariza com esta compreensão e vai assim desembocar em ação política conseqüente e eficaz. No caso presente, trata-se, inequivocamente do PACTO SOCIAL entre a classe média e o estrato mais baixo da população (chamaremos povão) em que a classe média assumiria a responsabilidade pela educação formal da totalidade dos cidadão: escola máxima para todos. Não escola “tecnica” para formar cidadãos prodiutivos/consumidores, titulares apenas de direitos do consumidor, porque estes, subindo a escada a empurrarão para longe, mas uma educação para a cidadania plena com forte componente cultural, na qual o povão possa ali também reconhecer-se.

E a violência? Eu é que pergunto: se assim, onde haveria lugar para a violência. Não seja tão burro: toda vez que você compra um produto ou serviço tecnologicamente supérfluos de uma multinacional ou compra um brinquedo chinês ou coreano de 2 dólares para o seu neto, você esta investindo na formação de um assaltante que lhe dará um tiro no peito para roubar-lhe o tênis importado amanhã. E ainda se pergunta: para que serve a filosofia?!

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