5.4.17

O próprio presidente reconhece que não pode errar, mas não tem a menor chance de acertas, se antes não mudar radicalmente

Em Condições para o efetivo ingresso no Terceiro Milênio, trabalho recente, texto sofrido pela exigência que nos impusemos da mais extrema objetividade, concisão e comunicabilidade, estabelecemos três e apenas três condições para a revivescência do pensamento e ação utópicos:

a) reconhecer a insuficiência do pensar dialético, devendo-se por isso buscar um pensar superior, de caráter hiperdialético; apenas este ultimo, por sua maior complexidade, será capaz de subsumir a ciência e assim viabilizar uma crítica radical da Modernidade (ou do capitalismo, se quisermos);

b) passar do registro econômico ao cultural, muito mais abrangente; acabar de vez com a palhaçada de subdividir o social em político, econômico e social e não, como se faz corretamente em todo mundo, em político, econômico e cultural; o que por aqui se chama social não é outra coisa que o a banda podre do econômico mesmo; esta duplicação do econômico, verso e anverso, bom e mau, só serve para operar a eliminação do que realmente importa, o povão: ao invés do povão-cultural, criativo, rico de vivência e sabedoria, resistente, um forte, tem-se apenas o povão-social, quase analfabeto, sem saúde e sem teto, desdentado, um fraco;

c) não jogar fora o que temos de melhor, nossa vivência histórica que nos colocou num ponto de vista muito especial, o ponto de vista Brasil, um dos poucos, senão o único hoje no mundo de onde se pode olhar de frente a história; não se deve pois cair no internacionalismo babaca, invariavelmente orquestrado por algum país de esperta liderança chauvinista; internacionalismo sim, mas de iguais, quando um dia o ajudarmos a implantar.

O PT errará nas três, não porque exista algo de essencialmente errado com o partido; até pelo contrário, na história do Brasil, como partido, ele seja o mais exemplar. O PT errará pela simples razão de que ele se assume um partido de esquerda e a esquerda, depois da derrocada do socialismo real, ficou na verdade, sem qualquer bandeira, condenado a escolher entre o socialismo “ideal”, algo mais ou menos equivalente, em termos lógicos, à mula sem cabeça ou a tornar-se um corpo político vago penando pelo mundo sustentado com migalhas de ongs e banqueiros, na deprimente função social de ocupar lugar, impedindo que surja qualquer iniciativa de verdadeiro (ou até mesmo pretenso) pensar transformador.

Luiz Inácio Lula da Silva, como bom homem de partido errará junto, honesto e convicto em todas as três direções: praticará sua dialética (negociação) à exaustão; fará o máximo pelo social, começando pela erradicação da fome; alimentará uma esperança na solidariedade ou pelo menos na compreensão internacional e em sua instituições. Vejamos cada um destes altamente prováveis equívocos com algum detalhe:

a) O Presidente não se cansa de afirmar sua disposição de negociar, negociar à exaustão. Para ele negociar é exercício da dialética, a velha luta de classe democraticamente ambientada (seria o sucedâneo da velha dialético que animava a também antiquada luta de classes). No entanto, negociar para a modernidade em sua fase etnocida é apenas um instrumento a serviço do cálculo. não passa de uma versão capitalista degenerada ou já domesticada da lógica dialética. Não há mais História, nada irá mudar, mas ninguém está condenado à inação e poderá sempre negociar algum deslocamento marginal desde que nada aconteça á ciência, consequentemente, ao capital.

Isto quer dizer que enquanto o Presidente como um dialeta negocia, o lado oposto finge, porque bem antes já calculara, faz da negociação um instrumento de sua lógica de calculo do mundo, ou seja, da morte. Com o tempo, o Presidente irá descobrindo que desde a primeira rodada de conversações ele esteve verdadeiramente a negociar a própria cabeça que já era um objetivo de cálculo do outro. Em suma negociar no mundo moderno é negociar a própria cabeça, para tal dia ou um pouco mais tarde. Bem ao contrário, quando o Presidente fosse negociar ele precisaria antes ter uma visão hiperdialética do jogo social e enquanto o outro estivesse negociando a sua cabeça ele estaria negociando para, mais adiante, dar um cheque mate na morte de sua morte, ou seja, driblar o fim da modernidade cínica. Aí poderia até ser bem fácil. Mas quando a esquerda vai largar Hegel de mão.?

b) Quem não se sensibiliza pelo problema da fome. O Presidente deveria delegar ao seu mordomo a solução do resolver o problema da fome em 1 ano, seis meses elem precisaria ocupar seu tempo com coisas um pouco mais complexas, misto é, de tempo para se dedicar à cultura, que é de onde pode vir a salvação. Infelizmente, pelo andar da carruagem, ele insistirá na prevalência do econômico, e o pior, na contraposição do econômico versus social, isto é, do econômico bom versus o econômico mau, concepção social onde o povâo só entra no aspecto dito social, como faminto, desabrigado, analfabeto, doente e desdentado, e não pelo que tem de melhor, sua imensa contribuição à riqueza cultural do Paí.

Mais valia versus distribuição de renda correlação inversa.

Dependencia teconlógica. Pacto povão classe média.

c)se fiará numa solidariedade internacional que simplesmente irá deixá-lo na mão;

China sócia dos EUA, na oferta de maõ de obra a 50 dólares ao mês por 10m0ou 12 horasc de trabalhom e o barateamento dos transplant. e Japão só tópico

Europa não sabe o que fazer

EUA quer esnmagar

Mas isso significa, de fato, um fracasso político aos olhos do mundo capitalista? É obvio que não, pois lhe resta o a tarefa de guiar seu povo sem grandes sobresaltos ao paraíso neo-liberalismo e entrar, assim, para a melancólica galeria dos socialista históricos: Mitterand, Felipe Gonzales, L. Walleska, Mário Soares, para não falar no “trabalhismo” do Tony Blair. Luiz Inácio Lula da Silva, quem sabe, saindo-se bem, não irá se juntar a eles .

Todo mundo vai ler isso e dizer que não entendeu nada ....até o dia do inexorável encontro com o real.



O descalabro

A situação do País é escabrosa, muito pior do que imaginava a oposição mais raivosa. Os juros das dívidas interna e externa exaurem os orçamentos do País. Mais da metade do parque industrial e do sistema bancário está em mãos estrangeiras. Mais de 50% do comercio exterior está controlado por empresas estrangeiras, que só exportam um pouco mais na medida em que deixam de pagar impostos (as importações, na verdade, são financiada às custas da educação e do cuidado com a saúde da populaça, especialmente dos velhos) e o pior de tudo, de 60 a 70% da formação bruta de capital), ou seja, do que poderia se tornar investimentos produtivos está em mãos estrangeiras, que além do poder de deslocar os investimentos daqui para lá a seu bel prazer, podem inclusive transferi-los para o exterior. Os governos da dita Nova República, seguiram um só modelo: a venda dos interesses brasileiros ao interesses internacionais. Com a desnacionalização os empregos qualificados foram simplesmente dizimados. Na balança de serviços, onde deve se esconder uma enorme transferencia de empregos qualificados para o exterior, ninguém fala .A situação de qualquer governo, Lula ou lá o que fosse, é quase desesperadora. Calar sobre isso, mesmo sem ameaçar de processo os criminosos responsáveis, sem anular contratos ou querer renegociá-los é pura conivência. O povo tem o direito saber a verdade. È preciso liquidar com a era FHC e até mesmo com sua sombra nefasta. Isto é, no mínimo, uma questão de segurança para o novo governo. O livro branco, feito por uma comissão de intelectuais a-partidários.


A governabilidade

O governo LIdaS não dispõe de recursos públicos para comprar o congressistas nem mesmo na proporção que fez FHC só para se reeleger. Imaginem quanto custaria arrancar meia dúzia de medidas em favor do povo brasileiro? Poderia então apelar para a velha política dos governadores. Infelizmente, também aqui as coisa estão mal-paradas. Os governadores dos principais estados querem o seu fracasso assintótico, sendo de se notar que o de São Paulo, filiado ao PSDB, não tem a alternativa da reeleição. Bem, ainda resta o povo, a sociedade civil. Neste caso acabará acelerando sua derrocada porque não terá condições de controlar os agentes infiltrados (em vez de um, milhares de cabos cabos anselmos).

Do ponto de vista externo certamente os falcões que dominam a Casa Branca cedo lhe darão um ultimato. Há algumamas opções, que não vamos com entar porque não estamos aqui para entregar o ouro ao bandido.


A única saída para simplesmente sobreviver


Mobilização da sociedade civil, liderada pela classe média intelectualizada. Pacto social entre povão e classe média. Esta última teria que assumir dois importantes papéis Lutar por uma relativa independência tecnlófgica e assumie a tarefa de educação do povão tendo comontra partida a recversão do seu esvaziamento, pela ampliação das oportunidades docentes, nos trabalhos de pesquisa, na formação de novas pequenas e médias empresas de base tecnológica, reconquista dos empregos exoportados. A chasse média podeia aumentar a concorr~encia aos seu s´próprios filhos porque seus espaço estari sendo ampliado. Este é o grave problema de toda a América lLatina, onde a cM não assume seu papel porque seria criar uma concorrencia a si mesma . É essa arazão profunda dao problema da distribuição de renda, que nada tem a ver com o empresariado. A taxa de mais va3lia tem correlação inversa com a assimetria no perfil de distribuição de renda. Este é um dado disponível a quem quiser vê-lo.

Para tanto, o governo deve se dar conta que seus três ministros chaves são o da Educação, da Cultura e das Comunicações 9pelo que deverá trabalhar com as empresas de radiodifusão para cumprirem, pelo menos, suas obrigações constitucionais, aliás a única coisa que FHC acertou, embora , o das telecomunicações para o pior dos usos

Mas

Mas se estivéssemos errados justamente no primeiro item deste trabalho....aí, não sabemos. O lula exitoso poderia escapar a ser incluído na galeria dos

No exterior os EUA não podem deixar o seu mal exemplo prosperar e já tem planos para fazê-lo renunciar.

. Isto implica uma reforma profunda do sistema educacional, com a liquidação do corporativismo que em algumas áreas já corroeu o ensino público. Na minha experiência, o maior inimigo do ensino público, é o professor, depois a apatia dos alunos e só em terceiro lugar o FHC.

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