10.4.17

Manisfesto à nação, às vésperas de despencar mais um degrau abaixo, na via crucis que a leva inexoravelmente ao colapso existencial


a) As três grandes forças heterogêneas que há muito vinham sustentando a integridade da Nação – a tutela militar, a relativa homogeneidade religiosa, a produtividade da cultura popular ainda que equilibrando-se sobre uma estreita prancha lingüística –, com o advento da Nova República (à exceção do curto período Itamar Franco), nenhuma delas conseguiu escapar ao processo geral de derrelição; somente a última consegue ainda preservar algum peso significativo. A Nação, por isso, estremece. Sem dúvida, nestes último tempos, os acontecimentos mundiais nos foram em regra geral desfavoráveis, mas a falta de iniciativa e reação (na verdade, patriotismo) de nossas elites foi nossa desgraça maior.

b) Os Militares, ao se equivocarem acerca da natureza da Guerra Fria, muito mais geopolítica do que propriamente ideológica, acabaram colocando em risco o enorme peso de seu passado histórico. Ademais, não perceberam que tão logo terminada aquela refrega, seríamos nós a bola da vez (1). Em seu período autoritário de governo cometeram alguns erros gravíssimos: por falta de unidade das três Armas, perderam a oportunidade de dar ao País uma capacidade bélica dissuasória (2); propositadamente, desenvolveram uma política distribuição de canais de teledifusão (FMs e TVs) que viria contribuir para abalar profundamente os outros dois já mencionados sustentáculos da integridade nacional (3); por último, talvez o pior, deixaram que alguns de seus membros alta hierarquia se envolvessem na tortura terceirizada.

c) A Igreja Católica, mais preocupada com suas finanças e com a hegemonia do capitalismo do que com a exploração e o sofrimento dos pobres não importa sob que regime político-econômico estivessem, permitiu passivamente a intencional fragmentação religiosa do País (alguns militares, lendo Weber, achavam que modernidade só se dava bem com o protestantismo(5)); finalmente, a Igreja ao invés de corrigir paternal e pacientemente certos desvios esquerdizantes na interpretação da chamada opção pelos pobres – principalmente por parte de jesuítas e adeptos da teologia da libertação –, tomou sua decisão radical: a opção pelos ricos, o que mais facilitou a penetração das igrejas evangélicas no Brasil, hoje um dos mais poderosos partidos políticos do nosso Congresso; a única coisa positiva que disto tudo resultará, é que dentro de uns 100 anos teremos o primeiro santo brasileiro (santo certamente, brasileiro, não se sabe!); não agora porque além de cínica, a Cúria é avessa a correr riscos desnecessários.

d) Ficou apenas o povão e sua grade criatividade cultural, mas agora religiosamente fragmentado, com seus símbolos de referência cada dia mais desgastados (incluída aí as Forças Armadas), e quase sem voz (6). Isto de certo modo se estende a boa parte da intelectualidade classe média que não consegue fazer circular sua produção, alcançada já em condições bastantes adversas. A avacalhação do ensino de História e língua Portuguesa é uma política do ME? Pelo menos parece; os próprios intelectuais brasileiros, particularmente os relativistas e multiculturalista de mãos dadas com a imprensa internacional aqui infiltrada, não perdem a oportunidade de enlamear as figuras históricas nacionais (7); até nas notas e moedas os grandes vultos nacionais são substituídos por bichinhos que a própria política econômica do Governo está sistematicamente contribuindo para extinção (como são expertos estes nossos governantes!),

e) Os governos de Fernando I e Fernando II numa estimativa conservadora, somando as transferências para o exterior (juros, lucros, patentes, assistência técnológica para organizar uma lanchonete, matéria primas, empregos de alta remuneração, (8) etc. etc.) com a depredação interna (desagregação social, aumento de criminalidade, deterioração da qualidade de vida nas cidades, devastação florestal, poluição de águas, et. etc. ) já subtraíram ao povo brasileiro, numa estimativa conservadora), um patrimônio de 3.500.000.000.000 (três meio trilhões de dólares) e deixou cerca de 70% da decisão de investimentos futuros na mão de estrangeiros. A situação da Nação é, pois, desesperadora (9).

f) Aproxima-se uma “eleição”, melhor se diria a encenação da farsa democrática, porque estrangeiros sem quaisquer direitos legais serão os mais decisivos eleitores. Para o Congresso, em sua maioria, serão eleitos delegados destes interesses que nos asfixiam ou representante de interesses locais e/ou menores, uns legais, outros, “legais” , ainda outros francamente criminosos, por isso mesmo facilmente compráveis a baixo preço. Sem esquecer os indefectíveis donos de meios de comunicação, e os evangélicos, os dois maiores partido ilegais do Congresso). Há um bom grupo de congressistas que está fora disso (até uma minoria expressiva), mas que ainda “não entendeu” que lá está para impedir a espoliação do povo brasileiro e não para conferir-lhe legitimidade; os últimos 15 anos foram simplesmente trágicos sob este aspecto (10). Não se nega a importância de algumas CPIs, que pela tenacidade de meia dúzia de congressistas decentes deram em alguma coisa. Com a presente lei eleitoral e corpo de juizes (11); vivemos em pleno farsismo e não numa ainda que sofrível democracia. Apesar da corrupção, esta é ainda nada é frente à falta de compromisso com a nação brasileira, como nos mostra o exemplo do Japão. Se fosse para desnacionalizar alguma coisa, em primeiro lugar devia estar o nosso Congresso e não a informática, pois deputados americanos, franceses, alemães em geral são bem mais patriotas que a média dos nossos.

g) Agora a eleição para presidente e vice-presidente. O candidato a presidência perdedor no segundo turno, por unanimidade nacional, já está escalado. A lei de dois turnos é ótima para a democracia e não deve ser modificada. O que deve ser modificada é a estratégia “burra” das” oposições”.

Os interesses estrangeiros, obviamente, querem a continuidade do atual governo, pela mão de um de seus quadrilheiros (ou quadrilheiras) para garantir a todos que as maiores roubalheiras já perpetradas contra um povo não serão jamais apuradas, senão punidas, pelo menos tornadas públicas para o justo julgamento da História. Se o povo brasileiro não se curvar em suas intenções de voto, será provocada uma grave crise cambial que deixará a nação de joelhos, forçando o povo a mudar de candidato. Se ainda assim, o povo resistir e eleger um candidato não pré- avalizado (vale dizer, mancomunado) pelos interesses internacionais, este não irá durar mais que três meses. A “recomposição” da situação política acabará se fazendo, não se sabe como, mas certamente a um preço exorbitante, trazendo um sério abalo á já combalida integridade e independência da Nação. Como está o quadro eleitoral hoje, aí está o que vai por certo vai acontecer.

h) A única possibilidade que temos para tentar sair disso seria o lançamento de um candidato de União Nacional com a finalidade de, antes de tudo, varrer os vendedores do Brasil, respeitando todos os compromissos já assumidos; as forças de resistência fariam um pacto de só voltarem ás lutas pelos seus interesses partidários depois de garantida a preservação da integridade nacional.

Itamar Franco poderia ser este candidato desde que aceitasse compromissos estáveis e profundos com as forças que o apoiariam, mas, pelos seus excessos de “mineirice política”, não é ainda a melhor solução.

O mais importante, entretanto, seria o candidato do PT sair do papel que sistematicamente lhe impõem (presumimos que ele não seja conivente) e passe a liderar firmemente, por força de sua força eleitora1 (aqui, sim, 30% é 100%), o processo de escolha de candidatos a presidência e vice- ele assim entrando positiva e definitivamente para a História do Brasil (inclusive, pela simplória razão que o Brasil continuaria existindo (12). Sua eleição agora é um ato de suicídio político e ele acabará com toda certeza, se agora eleito, indo para a para a lata de lixo da História, como um dos coveiros da nacionalidade.

g) Quem duvida da veracidade de uma só das afirmativas aqui contidas?

Sabemos que UM MANIFESTO é apenas um manifesto, mas que tem a enorme serventia de suprimir álibis e falsas inocências e assim impedir que se venha mais uma vez proceder, como de costume, a falsificação da verdadeira História do Brasil e de seus traidores (não esquecer que Joaquim Silvério dos Reis era súdito da Coroa Portuguesa o que já não é o casode outros senhores por aí).(13)



NOTAS

1 Desde 1979 um dos autores deste documento desenvolveu cursos internos na EMBRATEL advertindo que o Muro de Berlim era uma ficção e tão logo isto se torna-se uma evidência a Guerra Fria se tornaria Guerra Cultural, onde Brasil e Índia provavelmente seriam os principais alvos. São centenas de testemunhos e registros em áudio e vídeo (hoje em poder da empresas multinacionais estrangeira). Na venda das empresas estatais o atual governo delatou a estrangeiro, com os referidos arquivos, quais foram os brasileiros que vinham defendendo intransigentemente os interesses do Brasil. Só a luta pela ocupação da órbita geo-estacionária, é um capítulo em que se pode incriminar dezenas de brasileiros por se oporem aos interesses estrangeiros. Diz-se que autoridades de segurança 3strangeiras já visitaram estes arquivos. Lembrar que Joaqim Silvério dos Reis tinha cidadania portuguesa e não brasileira. Por isso a matéria História do Brasil passou a não ter qualquer importância na educação das crianças brasileiras.

2. Um dos autores deste documente, entre 15 e 17 anos de idade, na época aluno do Colégio Militar, é filho de um pequeno funcionário trabalhando como vendedor eventual de títulos de capitalização da Sul América para o Sr Aché. Este Sr. pertencia a uma família tradicional na Marinha Brasileira, e, em nome da amizade recíproca, consegui o “prodígio” de que o jovem filho de seu amigo fosse recebido pelo Almirante Álvaro Alberto, na sede do CBP, salvo engano, à rua Marechal Âncora. Isto aconteceu entre 1948 e 1950. Lembro perfeitamente do sentido das palavras do afetuoso Almirante, afirmando que o Brasil necessitava desenvolver sua engenharia nuclear, inclusive sua capacidade bélica nuclear e que estava engajado na importação de centrifugadoras da Alemanha para começar o processo de separação dos isótopos de urânio. Falou das possibilidades de aproveitamento do tório e me deu alguns fascículos, entre eles um fascículo sobre o Efeito Costa Ribeiro, que o depoente ainda guarda em algum lugar de suas “bibliotecas”. Assim que se conseguiu a derrubada de Getúlio Vargas em 1954 estas centrifugadoras que estariam ainda encaixotadas em galpões do Galeâo teriam sido devolvidas Alemanha. Todas as informações aqui contidas são de memória, depois de mais do que 50 do ocorrido e podem conter algum lapso, obviamente. Por estas e muitas outras é tão importante acabar com a era Vargas.

3 . Havia durante os governos autoritários a intenção deliberada de enfraquecer a presença da Igreja Católica na mídia, provavelmente por inspiração do Gal. Golberi, um dos ideólogos do regime. Nem por comprar livros na Leonardo da Vince se é um intelectual. O atentado á esta livraria, perpetrado pelo aparelho repressor deve ter sido menos à intenção de atingir a esquerda freqüentadora da livraria do que um modo de desmoralizar internamente o estatuto intelectual de um de seus poderosos clientes.

4. Os métodos de tortura foram aprendidos no Panamá, numa escola gerida por americanos, que não a praticavam em seu país ou áreas de sua jurisdição direta. Desta sorte os métodos de tortura difundidos concomitantemente em todo o Cone Sul podem ser considerados como o resultado da aplicação do princípio administrativo da terceirização extensiva.

5. Novamente a presença do Gal. Golberi.

6. Toda a circulação da produção cultural de massa no Brasil está em mãos culturalmente “estrangeiras”, o que é um crime brutal contra a cultura nacional. A nova lei da mídia é uma espécie de descriminalização parcial do assassinato: até um terço de assassinato cultural, não há crime, estão todos perdoados.

7. É mais do que óbvio que o Panteon brasileiro está cheio de maus elementos e de enormes lacunas. Proceder a esta revisão é, aliás, uma das tarefas mais urgentes da historiografia nacional, mas não apenas para rebaixar meia dúzia de pilantras, de figuras “fabricadas”, mas fazer subir ao pódio os muitos e muito heróis esquecidos do povo brasileiro. Dependendo da perspectiva que se escolha, a rainha Vitória, e George Washington também faziam coco e ainda não dispunham da variedade de papéis higiênicos proporcionados pela cornucópia capitalista.

8. Este é um dos maiores crimes perpetrado contra o povo brasileiro: a exportação maciça de empregos de elevada remuneração. Nos último sete anos a vinda de executivos e técnicos do exterior aumentou simplesmente 600%. O Inglês, nas grandes empresas, é a língua de dar ordens; o Português é a língua apenas dos serviçais. Muitos artistas nacionais aplaudiram porque entraram na folha de pagamento (só!) das multinacionais, sendo seu salários milionários pagos com parte das economias com a dispensa de centenas de engenheiros e técnicos. Muitos dentre estes hoje se tornaram-se empresários, com seu próprio taxi ou carrocinha de cachorro quente. Sobre isto ninguém protesta: é de estarrecer!

9. Os departamentos ou escolas de economia de nossas Universidades, cheias de gente de”oposição”, não fazem o menor esforço para apurar e divulgar os dados precisos, que podem até ser bem superiores ao que estimamos aqui encima da perna. Talvez encontremos um dia algum brasilianista disposto a fazê-lo.

10. O processo de desnacionalização da economia brasileira só se tornou possível depois da desastrada greve dos petroleiros programada pelo cabo Anselmo 2. Até hoje, não se diz uma palavra sobre isto nem se procura identificar o referido personagem. Com ela o governo teve a medida do quanto poderia enrabar o povo brasileiro e até quanto as “esquerdas” ali estavam para dar legitimidade ao maior assalto da história da humanidade.O atual governo, pelo feito, tem todo o direito de reivindicar sua inscrição no Guiness Book.

11.No momento presente o governo federal descarrega milhões de dólares em propaganda eleitoral de seu ministro da saúde e nenhuma autoridade eleitoral mexe um dedo para acabar ou pelo menos atenuar tamanha ilegalidade = imoralidade = deboche. Justiça eleitoral zero.

12. A este propósito, transitando da política à psicanálise pode-se facilmente identificar fortes traços de personalidade perversa no atual

presidente. Alguém pode fazer uma idéia de quanto ele seria capaz de ceder em termos de interesse do Brasil para poder aparecer numa fotografia ao lado de grandes personalidades? Não será nenhuma surpresa que a integridade nacional não esteja entre suas prioridades máximas biográficas. Pode muito bem estar a fantasia de Fundador da dos Estados Unidos do Sul!

13. Roga-se ao engenheiro Leonel Brizola desconhecer por completo este Manifesto. Apesar de ter tido papel relevante na defesa da democracia no Brasil, já gastou mil vezes este crédito em ações sistematicamente desgregadoras e administrativamente desastradas. Poderíamos mesmo para agradecer a sua completa inação formar uma frente para elegê-lo Senador pelo Rio de Janeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário