A hiperdialética é uma lógica superior à dialética, indispensável ao trato das coisas e processos humanos quando estes estão em estado de realização máxima. A dialética, sabe-se, é um pensar sintético ou totalizador das lógicas da identidade e da diferença, apta a pensar a idéia (Platâo) ou a história (Hegel/Marx). A hiperdialética vai além: sintetiza não só essas duas lógicas fundamentais, mas também a própria dialética e a lógica clássica ou formal, com o que se torna apta a pensar o homem em sua plenitude e, daí, a grande história da cultura (Sampaio). Em outras palavras, a hiperdialética sintetiza ou totaliza o pensar da identidade e de duas diferenças independentes, que jamais podem se reduzir uma a outra. Ela é também a lógica do pensar discursivo, na medida em que este subsume em conjunto a lógica dialética do conceito ou idéia e a lógica formal ou da legalidade convencional, vale dizer, a lógica implícita à gramática.
Num processo dialético, sucedem-se ciclos dialéticos, onde cada momento de síntese torna-se o momento afirmativo (tese) de um novo ciclo. Num processo hiperdialético, já é o momento negativo (antítese) que se antecipa também como afirmativo; destarte, a síntese dialética torna-se seu correspondente momento negativo (antítese) ensejando assim uma síntese antecipada, o que vem configurar um ciclo contra-dialético, negador do ciclo dialético precedente. Estes ciclos contrapostos – dialético e contra-dialético – engendram uma síntese maior, ciclo de ciclos, ou seja, uma síntese hiperdialética. As relações entre todas as lógicas aqui mencionadas estão exata e convenientemente ilustradas na figura abaixo:
verbete para Enciclopédia Filosófica - Prof. Jorge Jaime
Referência básica: SAMPAIO, L. S. C. de. Lógica Ressuscitada, Rio de Janeiro, EdUERJ, 200
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