Nada mais irritante do que ver repetida à exaustão que o social comporta três dimensões básicas - o político, o econômico e o social. Um erro tão grave quanto dizer que o corpo humano tem três parte: cabeça, tronco e corpo humano. Até uma criança de 10 anos acharia isto ridículo, mas no Brasil ninguém dá importância para este absurdo lógico; ninguém em termos, porque pelo menos um punhados de espertos tem o maior interesse em que isto continue.
Na verdade, o social - seja uma nação, uma cidade ou uma empresa -, objetivamente considerado comporta necessariamente o aspecto político, econômico e cultural (e não o social que já é o todo). Ver figura 1. Assim é, não por uma questão de gosto pessoal, mas, por uma imposição lógica, como veremos.
Quando nos referimos a um ser social, estamos falando de um conjunto de indivíduos. Ao mesmo tempo é um múltiplo, por serem diversos os elementos que o integram, sempre guardando um certo grau de autonomia; ao mesmo tempo, cedem parte de sua individualidade em benefício da preservação do todo. Logo, só há ser social como síntese do um e do múltiplo. Aquilo que faz do ser social um, é precisamente a cultura, O econômico, por natureza, age no sentido da diferenciação. O econômico proporciona o diferencial de autonomia dos indivíduos, dos subgrupos, regiões etc. A atividade econômica como meio, é regida justamente pela eficácia e eficiência, por isso não serve a nada, muito menos à integridade do ser social. Como vimos este é o papel primordial da cultura.
Como se resolve este conflito essencial/? Precisamente pelo plano político, que tem a função de equilibrar as forças conservadoras centrípetas da cultura c as forças diferenciadoras centrífugas do econômico.
Fica de pronto evidente que num grupo social em que a cultura é frágil, mistura ainda não consolidada, desconsiderada, o econômico domina inteiramente o político, como é o caso do Brasil, onde a política é um mero balcão de negócios e negociatas. Os Estados Unidos representam exatamente o caso oposto.
A grande conclusão que daí se tira é que quanto mais sólida a cultura, mais um grupo social pode se dar ao luxo da competividade, tanto externa quanto interna.
Focalizemos a problemática empresarial. Como decantar as excelências da competitividade para fora e vender a idéia da cooperação interna. Em princípio é a própria incoerência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário