30.4.17

A nova universidade - um papel social renovado


Em essência e desde a origem a Cultura Ocidental Moderna se constituiu como uma Sociedade do Conhecimento. A formação econômica capitalista e a formação política liberal são uma conseqüência de seu ser racionalista/científico. Só hoje a reconhecemos assim porque, nas origens, o que aparecia era primordialmente conhecimento metodológico (Bacon, Descartes etc.) e fundamental (Galileu, Newton etc.), que por isso ficava adstrito a uma elite intelectual; já na atualidade, ele é também conhecimento aplicado (tecnológico) que envolve mais e mais todos os aspectos da vida social bem como todos os estratos sociais.

Se isto é verdade, e assim nos parece, o mais fundamental nesta sociedade (cultura) do conhecimento é o sistema educacional e sua instituição de vanguarda, chave do seu dinamismo, a UNIVERSIDADE. No Brasil é justamente aquilo que pior funciona, naturalmente, com exceções. Particularmente, as universidades do Estado do Rio de Janeiro estão muito longe do que deveriam ser.

Um Governo eficiente e voltado para o futuro (aqui se inclui o próprio futuro de seus atuais governantes) precisa assumir a responsabilidade pela renovação da Universidade no Estado, tanto públicas quanto privadas.

De certo modo o atual Governo Federal vem se ocupando com este assunto, porém, colocando-o em baixo nível de prioridade, com uma orientação estreita tecnicista, buscando criar, por imitação, um espírito de competitividade que aqui é apenas superficial/formal e, o pior, sem qualquer preocupação de integração universidade/vida social plena (que não seja a “empregabilidade” em um mercado de trabalho que ele, Governo, só faz encurtar e aviltar), pois, para ele, talvez por experiências próprias e pessoais, isto se compra do melhor lá fora.

Torna-se, pois, urgente o estabelecimento de uma estratégia social, liderada pelo Governo, no sentido de fazer emergir uma NOVA UNIVERSIDADE que possa assumir o papel de polo dinamizador da vida social em sua plenitude, vale dizer, em suas dimensões política, econômica (científico/tecnológica) e sobretudo cultural.

Rio de Janeiro, 11 de maio de 1999

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