Esclarecimentos
Ao longo do desenvolvimento do projeto temos optado pela busca de uma caracterização daquilo
que existe de mais representativo na produção filosófica brasileira contemporânea, indiferente
ao fato de ser ela fruto da atividade acadêmica ou do exercício da reflexão fora
dos rituais institucionais "legitimadores". A história da filosofia nos ensina que nem sempre
títulos e prêmios recomendam filósofos.
Para além de qualquer intenção cronística de inspiração provinciana - seria um "desastre"
para o relato filosófico - o que nos interessa é o diálogo filosófico assumido pela geração
contemporânea no Brasil.
Estamos convencidos de que a filosofia brasileira, antes de ser brasileira tem que ser filosofia,
isto é, atividade reflexiva nos horizontes daquilo que os gregos antigos nos legaram
como referências de atividade filosófica, ainda não superadas, a despeito de todo o esforço
heideggeriano contemporâneo no sentido de reconstituir radicalmente os caminhos da metafísica
ocidental.
Tomamos como critério duas premissas: 1. os graus de assimilação dos momentos capitais
da filosofia ocidental por parte do filósofo brasileiro, dentro do quadro de tendências especificadas
no projeto; 2. os graus de diversidade manifestada pelo filósofo brasileiro em relação
aos problemas assumidos pelos seus inspiradores.
Desta forma, escolhemos o caminho não cartesiano na realização do projeto, começando pelo
seu último item, referente ao neohegelianismo na filosofia brasileira contemporânea. E
nesta perspectiva são analisadas as tendências da obra filosófica de Luiz Sérgio Coelho de
Sampaio.
O próximo Autor a ser analisado é Ojacir Menezes, cuja obra filosófica, segundo nos parece,
reflete a mesma atmosfera neohegeliana.
Rio de Janeiro, novembro de 1994.
Prof. Or. Aquiles Côrtes Guimarães
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