5.4.17

Manifesto (como se ainda fossem eles de algum modo notados, lidos e sobretudo comentados!)

Desconhecemos evidência maior: a física é o desejo da Modernidade – querer o Uno-Trino, entrementes, sob medida e jugo do cálculo –, assim como a filosofia era o desejo dos gregos – querer o ser-uno, entrementes, sob o império do logos –, tal qual, faz muito tempo, o mito fora o desejo da cultura neolítica sedentária – querer o pai de origem, entrementes, tendo ela própria antes o matado.

Não importa o tamanho e o brilho da evidência, não importa quão mais alto a apregoemos. Ninguém ouve, especialmente, se for gente de ciência e, ainda pior, sendo profissional da física – aí então a surdez será completa. A princípio, isto pode parecer estranho, porém, bem menos se atentarmos para o fato que a física moderna é, por sua natureza sócio-lógica (ou cultural), dentre todos, o saber mais ferozmente solidário a interesses políticos (aliás, é assim desde as origens, se levarmos em conta que a Inquisição, com sua Caça às Bruxas, foi o primeiro ato da Modernidade e não o epílogo da Cristandade Medieval!). Temos dificuldades para perceber isto porque não são eles políticos de per si, ou, como de costume, econômicos induzidos, mas, especificamente, interesses políticos de uma cultura a perigo de morte se querendo em estado de extremo delírio simplesmente eterna.

Por que não poderia haver uma antropologia política nos moldes do que já foi a “velha” economia política?!

Guardadas as devidas proporções e tempos, compreendemos bem agora a razão profunda do tamanho ódio que os “pensadores” da diferença, dis-pensadores do pensamento, votam a Platão – foi aquele que denunciou o interesse político da cultura grega posto na tragédia, quando esta declinava solidária à sua geratriz, e era publicamente ofertada como nova cultura, já com menos música e excesso de idéias e conceitos... assim como nos é ofertada, hoje, como última moda, em todos os jornais de TV, a “perfeição humana” pela via paga e expressa da biopirotecnia.

A evidência adentra à alma: as forças da Natureza, são seis (três simples, mais três derivadas), embora continue-se a dizer que são quatro, mesmo depois de termos visto duas delas festivamente reduzidas a uma – a eletrofraca; ainda assim, diz-se, somam quatro. Beira o ridículo saber tudo sobre geometria diferencial, espaços de Hilbert, teoria das cordas em 10, 11 ou 26 dimensões e não conseguir contar até 6 e depois, um pouco mais, até 8, quantos são verdadeiramente os entes físicos mundanos (as mesmas 6 forças mais o vácuo e de uma só tacada a classe inteira dos férmions)!

Insistimos neste assunto – já lá se vão talvez 15 anos e há quase 2 que escrevemos e aqui mesmo publicamos THE OCTECT OF THE PHYSICAL BEINGS - VACUUM, THE CLASS OF FERMIONS AND THE SIX BOSONS MEDIATING NATURAL FORCES – porque são cada vez mais gritantes os sinais da crise que estará em breve sacudindo a física e que, segundo nosso juízo, será, não por acaso, também a maior e definitiva depressão da Modernidade (e do seu respectivo modo de produção – o capitalismo). E, já um pouco gastos e cansados de luta, não queremos perder a oportunidade...

A decisão de publicar SIGNIFICAÇÃO DA EFETIVA COMPRAVAÇÃO EMPÍRICA DA EXISTÊNCIA DA PARTÍCULA DE HIGGS em www.editoraeletronica vem do fato de ser ela a única, a nosso parco conhecimento e presente disposição oportunamente paranóica, onde não seríamos presto alcançados (por enquanto!) pela severa censura da Classe Sacerdotal dos Aceleradores, Medidores e Calculadores do Mundo, por si ou por seus mil, milhares, milhões de fiéis delegados, ainda que partidos e repetidos inconscientes, por toda parte.


Luiz Sergio Coelho de Sampaio

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2001

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