There is need for
another logic, but not for the sake of providing more entertaining
and appealing classroom material. We need another logic solely
because what is called logic is not a logic at all and has nothing
in common anymore with philosophy. ... So this is the challenge:
logic should change; logic should become philosophical!
Martin
Heidegger. (2)
Descartes anunciou a Modernidade com uma invejável precisão: de um lado, ficava o mundo objetivo como res extensa, mensurável e calculável, ou seja, como geometria; de outro lado, o cogito, detentor de pelo menos uma certeza absoluta e transparente, por inteiro, a si e, com a ajuda de Deus (dos filósofos), também a tudo mais.
A parte objetivista deste programa vem sendo levada avante, com grande obstinação, pela ciência, especialmente, pela física. Reconhecemos aqui um primeiro período de instauração, terminando em grande estilo com o advento da mecânica de Newton (3), que realizou a redução da diversidade do mundo a apenas três grandezas fundamentais tempo, espaço e matéria absolutos. Seguiu-se então um período de retificações, até hoje em aberto, dominado pela física einsteiniana, que promove a relativização redutora das três grandezas newtonianas. Primeiro, a Relatividade Restrita teria feito do tempo uma quarta coordenada do espaço, e, depois, a Relatividade Geral teria reduzido a matéria indestrutível a um simples parâmetro geométrico, mais precisamente, teria igualado a densidade de matéria à curvatura local do espaço (4). É por isso que toda gente, mesmo sem saber esse exato porquê, vê em Einstein, o mais moderno dentre os modernos!
A parte subjetivista do programa viria sendo levado avante pelas filosofias transcendentais ou da identidade, começando com o próprio Descartes, passando, entre outros, pelo criticismo de Kant, pelo “idealismo lógico” de Fichte, chegando à fenomenologia de Husserl.
Numa perspectiva histórica de estofo lógico-cultural (5), a Modernidade caracterizar-se-ia, pois, pela hegemonia da ciência físico-matemática, governada pela lógica clássica, tendo como coadjuvante o cogito, governado pela lógica transcendental, estas lógicas formando o par das lógicas masculinas (6). Não foi por acaso que o período histórico de consolidação da ciência, de fins do século XV aos fins do século XVII, coincidiu exatamente com o predomínio da Inquisição que, no seu balanço final, queimou sobretudo bruxas, cuja sensualidade excessiva, garantiam as autoridades eclesiásticas, só assim podia ser contida.
Nada por acaso; pura lógica: tratava-se de esfriar o feminino para a maior glória, objetividade e eficácia do masculino. Sendo o desejo, em essência, um desejo de reconhecimento, nada mais funcional na oportunidade do que resfriar a fogo o feminino para fazer com que o masculino pudesse se concentrar de alma e, mais ainda, de corpo à realização de seus projetos (lógico-transcendentais, I) de racionalização/organização do mundo (lógico-clássico ou formal, D/2). (Ver figura 1)
Ainda do ponto de vista lógico-cultural, isto significava o recalque das lógicas femininas (7) – de um lado, a lógica dialética, que governa a História; de outro lado, a lógica da diferença, que governa o desejo. A Modernidade era assim, em sua máscara pública, razão lógico-formal aplicada e consciência projetiva, enquanto que, pelo avesso, era concomitantemente História calculada (História reduzida a progresso, isto é, a acumulação de capital) e desejo domesticado (desejo reduzido a demanda econômica induzida pelo marketing).
Figura 1. Estrutura lógica da Modernidade
Entrementes, fosse isto e apenas isto, estaríamos tacitamente admitindo a possibilidade de um recalque definitivo das lógicas e o prematuro fim da História, o que deveras não poderia ter acontecido. As lógicas recalcadas acabariam voltando mesmo por sua própria conta para assombrar a dominação machista.
Atendo-nos tão apenas ao plano filosófico, a volta autônoma da dialética, conforme sua natureza, se fez aberta e afirmativa, com Hegel. Logo depois, com Marx/Engels/Lenin o pensamento dialético se descompromete com o poder e, como era de sua “vocação”, assume o papel de grande inspirador/ordenador dos movimentos sociais rebeldes de esquerda. (Ver figura 2). Com a derrocada do “socialismo real”, acredita-se, hoje, com boa dose de ingenuidade, mormente nos círculos neoliberais, que a dialética tenha sido definitivamente erradicada do mundo das lógicas.
Figura
2. A volta do recalcado
Ainda
atendo-nos ao plano filosófico, constatamos que o retorno autônomo
da lógica da diferença se fez, é verdade, com menos alarde, mas
compensatoriamente com maior presteza, nem bem se havia consolidado a
Modernidade. Começa com Pascal e sua lógica do coração, e se
mantém até hoje insistente, com Kierkegaard e sua lógica do
paradoxo, com Nietzsche e sua lógica da vontade de poder no contexto
do eterno retorno, com Heidegger e o logos heraclítico a espera de
ser recuperado, com Kostas Axelos (8)
e a lógica do jogo do mundo, com Rosset (9)
e a lógica do pior, para mencionar apenas os seus momentos mais
divulgados.
Por
sua própria natureza
ora como lógica do outro, ora como lógica do inconsciente ,
sublinhada ainda pelo espírito de nossa época
na qual impera a lógica clássica ou da dupla diferença
ela volta sempre de modo sub-reptício, por via oblíqua, em geral,
como a outra de uma outra lógica.
É
exatamente por isso que consideramos aqui de extrema valia trazermos
sempre presente, como referencial ou pano de fundo, o quadro das
lógicas de base (10)
lógica transcendental ou da identidade (I), lógica da diferença
(D), lógica dialética (I/D) e lógica clássica ou da dupla
diferença (D/2).
Nesta circunstância, fica quase que evidente que o aludido modo
negativo da lógica da diferença se dizer presente não pode ser
outro senão o do confronto ou da contestação a uma, duas ou mesmo
três outras lógicas de base.
- Pascal e a lógica do coração
Pascal é
sem dúvida um moderno (11)
no sentido pleno da palavra, com a peculiaridade de ser também um
gênio precoce. No campo das matemática, aos 16 anos, edita o seu
Tratado
sobre as cônicas; contribui
para as bases do que viria a ser, mais tarde, o cálculo
infinitesimal e, em diálogo com o grande matemático Fermat, lança
os fundamentos do cálculo de probabilidades.
Na física,
começa ao 12 anos seus próprios estudos sobre acústica; ainda
jovem executa e/ou orienta experiências no campo da hidrostática
que culminam com um Tratado
sobre o equilíbrio dos líquidos e da ponderabilidade da massa (onde
contesta as idéias aristotélicas acerca do presumido horror da
natureza ao vácuo). Dominou o experimentalismo científico, bem
avaliou a força da falsificabilidade empírica, o que faz dele,
também, um precursor da epistemologia popperiana (12).
Como
homem da técnica
que se tenha guardado notícia ,
inventa e a prensa hidráulica e a primeira máquina de calcular
mecânica visando fins eminentemente práticos: ajudar seu pai, um
contador público, obrigado a intermináveis cálculos aritméticos.
Fez-se
também empresário, concebendo e pondo em funcionamento um sistema
de transportes coletivos de baixo preço para servir à cidade de
Paris, reservando os lucros do empreendimento para ajuda aos pobres
da cidade.
Por
tudo isto, vê-se que Pascal, além de uma bela personalidade, sabia
bem o que vinha ser a Modernidade e, sobretudo, a vivia ampla e
intensamente. Contudo, ia bem mais além do que seus contemporâneos,
conseguindo enxergar não apenas sua máscara extrovertida e risonha,
mas também o seu avesso, sua máscara triste e trágica. Hans Küng
afirma que:
Révélateur
de la psychologie humaine avant Kierkegaard, Dostoïevski, Nietzsche,
Kafka et Freud,
Pascal
analyse leur être
contradictoire
en creusant impitoyablement dans tout sortes de situations,
d’habitude, d’événements contingents.
(nn=negritos
nossos) (13)
Para
começar, Küng percebe muito bem a linhagem que Pascal, mais do que
apenas pertencer, na verdade, fundava
completaríamos nós: aquela dos pensadores do outro ou da diferença.
Acrescenta que, para Pascal, o homem se constituía num ser
contraditório, paradoxal, situado entre o infinitamente grande e o
infinitamente pequeno, não podendo por isso se apoiar em qualquer
destes extremos.
O
homem não podia subtrair-se jamais à sua condição trágica,
irremediavelmente à mercê das contingências do mundo. Sua miséria
era evidente, sobrando-lhe, como traço de nobreza, o fato de ser o
único ente no mundo consciente de sua terrível condição.
Havia
sim o poder da razão, que o impedia de cair no completo ceticismo,
mas ele era limitado, portanto, também insuficiente para sustentar
um dogmatismo conseqüente. O homem, justo nas questões mais
dramáticas com que se tinha que defrontar, era obrigado a escolher,
a apostar, fiando-se tão apenas na sua intuição, na razão
(lógica) do coração:
Le
coeur a ses raisons (sua
lógica própria)
que la raison (lógico
clássica)
ne connait point; on le sait en mille choses.
(parenteses nossos)
(14)
Mil
coisas,
em especial, como dizíamos, aquelas que tinham que ver com o sentido
de sua própria existência, e entre elas estava a questão do Deus
da fé, o Deus de Abraão, de Isaac, de Jacob, o Deus de
Jesus-Cristo:
C’est
le coeur qui sent Dieu et non la raison . Voilà ce que c’est que
la foi.Dieu sensible au coeur, non à la raison.
(15)
Consideremos
a instigante fórmula de Hans Küng, confrontando modos de ser em
Descartes e em Pascal:
“Contre
le cogito
catésien, on peut sans hésiter énoncer la formule: credo,
ergo sum,
je crois, donc je suis!” (16)
Creio,
logo existo!
Ora, para o “radicalismo agostiniano” de Pascal, a fé só se
sustenta, em última instância, pela Graça, a qual só lhe pode ser
outorgada pelo absolutamente Outro. Articulando estas duas
determinações, chegamos a que ‘O Outro me faz crer, logo existo’
muito próximos da igualmente provocante fórmulas lacanianas (17):
“je suis où je ne pense pas”, “je pense où je ne suis pas”.
A lógica do coração (ou da intuição) antecipa a lógica do
significante e por conseqüência, pode-se afirmar, trata-se da
lógica da diferença em seus albores.
Ao
“espírito geométrico” Pascal contrapunha um “espírito de
finura”, onde operava um pensar instintivo, implicitamente,
diríamos, uma lógica instintiva. E no quadro das lógicas de base,
qual poderia ser esta lógica? Obviamente, não era a lógica
clássica ou formal (D/2),
que ele reconhecia os méritos, mas igualmente as incontornáveis
limitações. Nem podia ser a lógica transcendental ou da identidade
(I), porque o homem jamais conseguiria ser completamente transparente
a si mesmo, ao contrário do que postulava Descartes; tal
transparência podia ser constituir numa meta, jamais numa realidade
efetiva. Finalmente, não poderia ser a razão dialética (I/D),
porque o ser paradoxal, trágico, era a essência mesma da condição
humana. Diante do sim e do não, estava obrigado a dizer, ao mesmo
tempo, sim e não, sem que houvesse a menor possibilidade de diluição
do paradoxo numa síntese dialética harmonizante e totalizadora.
É
oportuno que se faça aqui uma breve digressão a propósito do
jansenismo de Pascal. A nosso juízo, ele nada tem de acidental, como
se poderia inferir apressadamente de sua biografia (18).
Aqui, o que mais pesa é a oposição ao jesuitismo. O que há de
mais característico entre os jesuítas é sua pretensão a uma
Modernidade sem sujeito liberal (I). Desejam sim a ciência, porém,
com a substituição do seu sujeito: no lugar do sujeito
exacerbadamente individualista do protestantismo (principalmente
calvinista), propõem o sujeito comunitário e corporativo, de que
sua própria ordem se faz exemplo (I/D). Ora, a dialética, como
lógica da História, que também o é, é inexoravelmente lógica da
do senso de oportunidade (timing)
que, largada aos extremo, isto é, quando não confrontada e limitada
pelo jogo com as outras lógicas, torna-se lógica oportunista (onde
os fins justificam os meios, que chegam às vezes a serem os piores
possíveis). Assim, a crítica jansenista ao “relaxamento” moral
dos jesuítas, à época, significava, no âmago, o repúdio à sua
dialeticidade “surfista” (I/D)
(19);
era algo que o sujeito trágico, paradoxal (D), não podia
logicamente tolerar!
Em
síntese, considerado o conjunto das lógicas de base, refugados o
transcendentalismo cartesiano (I), o formalismo geométrico (D/2)
e o jesuitismo (I/D), que restaria? Não se pode, pois, ter grandes
dúvidas quanto à opção pascaliana, ainda que implícita, pela
lógica da diferença (D), lógica da verdade apenas parcial (20).
O
único reparo que se pode fazer à Pascal é não ter se apercebido
da necessária complementaridade entre a condição paradoxal e o
agir intuitivo (no sentido técnico que lhe dá o intuicionismo).
René Guitart (21)
fez uma significativa coleção de extratos dos Pensée
e pode mostrar que eles não respeitavam o axioma do terceiro
excluído ( ~~p p
e p ~~p),
mas apenas o axioma (p ~~p),
o que com precisão define a lógica intuicionista, que o mesmo
Guitart vai caracterizar também como sendo a própria lógica do ato
de inscrição
(contraposta
à decisão). Ora, é preciso levar estas observações às últimas
conseqüências: Pascal vive o paradoxo,
mas (se)inscreve de modo intuicionista,
naturalmente, pois estes são os dois modos complementares de
realização lógica da diferença (22).
Concluindo,
acrescentaríamos que o valor da experiência vivida, o repúdio ao
sistemático e definitivamente acabado (como dá exemplo o próprio
Pensées),
o gosto pelo aforisma são outros tantos traços que reforçam a
identificação da filosofia pascaliana como sendo a primeira dentre
as filosofias da diferença. Por tudo isso, devemos convir: a lógica
do coração era, já, a forma embrionária, semivelada da lógica da
diferença.
- Kierkegaard e a lógica do paradoxo
O
pensamento kierkegaardiano tem duas referências básicas que bem se
complementam: uma existencial, legível em sua dramática biografia
(23),
e outra, teórica, bastante evidente nos momentos “lógicos” de
suas obras, quando se opõe radical e ferozmente à dialética
hegeliana, em especial, à sua pretensão de poder superar, no
domínio da existência, o contraditório ou paradoxal através de
uma síntese compreensiva. Resume magistralmente Jean Wahl:
Rien
qui s’applique moins à ce domaine de l‘existence que l‘idée
de l’Aufhebung,
de cette sublimation qui supprime et conserve à la foi, de cette
synthèse où sont réunies thèse et antithèse de telle façon
qu’on ne les aperçoive plus comme séparées. Pour Kierkegaard,
l’antithèse doit subsister, doit rester armée et active.
L’incertitude reste au sein de la croyance, comme un aiguillon sans
cesse nouveau; le péché persiste dans la foi.
(24)
Era
óbvio para o pensador dinamarquês que a síntese dialética tinha
como pré-condição necessária a abolição do princípio da
contradição :
Comme
on sait, la philosophie hégélienne a aboli
le principe de contradiction;
plus d’une fois , Hegel lui-même a fulminé contre les penseurs
qui, demeurés dans les sphères de la raison et de la réflexion,
prétendaient qu’il y avait une alternative. Depuis, le jeu est
devenu une mode: parle-t-on discrètement d’une aut-aut
[d’une alternative]? (nn)
(25)
De
fato, acreditava Kierkegaard
como bem observa André Clair em Pseudonymie
et Paradoxe
,
que a abolição do princípio da contradição era a operação
lógica crucial que abria passagem à falta de rigor (ou seriedade!)
filosófico:
Le
hégélianisme est entièrement disqualifié pour raison toute simple
que le réquisit le plus élémemtaire de toute pensée lui fait
défaut, à savoir le respect du principe de contradiction; alors, la
rigueur est absent de la philosophie de Hegel.
(26)
Hegel
era assim acusado de trapacear, de valer-se de uma artimanha lógica
para fugir às exigências da vida autêntica. Não havia nem poderia
haver aqui lugar para vitória
a verdade da dialética
(27)
,
pois a operação lógica hegeliana não passava de uma pura
abstração. Transladar-se da esfera do humano para a do Absoluto é,
com efeito, um processo de abstração, no caso, daquilo que é
precisamente em si paradoxal:
Et
poutant, lutte et victoire
reposent peut-être sur un malentendu. Hegel a perfaitement,
absolument raison de dire que, du point de vue de l’éternel, sub
specie aeterni, dans le langage de l’abstraction, dans la pensée
pure et dans l’être pur, il n’y a pas de aut-aut; comment diable
pourrait-il s’y trouver une alternative, puisque l’abstraction
justement
supprime la contradiction;.
(nn)
(28)
Com
a escamoteação da contradição enquanto tal, aos olhos de
Kierkegaard, a lógica hegeliana, bem ao contrário do que se
propunha, mostrava sim uma completa incapacidade para lidar com o
movimento, até mesmo com o seu simples conceito. Em seu lugar
restava tão apenas um simulacro, um mero fantasma:
...
el concepto mismo del movimiento es una transcendencia que no puede
encontrar puesto en la Lógica. Lo negativo es, pues, la immanencia
del movimiento; es lo que desaparece, lo superado. Si todo sucede asi
por negación, no sucede absolutamente nada, y lo negativo se
convierte en un fantasma.( ...) Ahora ya no es lo negativo el mudo
reposo del movimiento immanente, es lo “otro necessario”.
(29)
A
crítica mais se aguça e vai precisar que é na ambigüidade da
noção hegeliana de ‘mediação’ que se daria a mumificação do
movimento e sua transformação no seu exato contrário:
En
primer lugar, es la mediación ambigua, pues significa a la vez la
relación entre los dos términos y el resultado de la relación,
aquello en que ambos mutuamente se compenetran, como quienes se han
conectado mutuamente; designa el movimiento, pero a la vez también
el reposo.
(30)
Seria
preciso, pois, não se deixar iludir por uma mediação impossível,
aceitando a condição humana tal como era, amálgama paradoxal do
finito e do infinito, jamais suscetível de solução ou dissolução.
Em suma, Kierkegaard nos convidava a visar o paradoxal como signo
irrecusável da presença do outro enquanto outro, a que a razão
(lógico-clássica) não podia de modo algum dar conta:
Le
paradoxe est la protestation absolue contre l’immanence. Il est
l’affirmation de l’autre en tant qu’autre et le scandale de la
raison.
(31)
Para
tanto, alertava-nos, não precisaríamos ir muito longe, porque a
fonte última do paradoxo situava-se já no próprio pensamento:
Mais
il ne faut pas penser de mal du paradoxe,cette passion de la pensée,
(...) C’est là le paradoxe suprême de la pensée, que de vouloir
découvrir quelque chose qu’elle-même ne peut penser. Cette
passion de la pensée reste au fond partout présente en elle, même
dans celle de l’individu, dans la mesure où, quand il pense, il
n’est pas que lui-même. (32)
Não
se dar conta disto é o cúmulo da falta de atenção, rematada
demonstração de surdez, onde se deixa justamente de lado aquilo de
que não se pode prescindir nem nos comportamentos mais elementares
da vida cotidiana. O paradoxo é enigma, e a escuta atenta o
pré-requisito para o sua decifração:
...
no usan en la ciencia ni siquiera de la precaución de que se usa en
la vida diaria: escuchar el enigma atentamente, antes de
tratar de decifrarlo. (nn)
(33)
Kierkegaard
demonstra assim a perfeita compreensão de que a questão da lógica
é o reverso da questão do ser; que o paradoxo não é apenas um
modo de pensar, uma mera invenção da mente, mas, em verdade, um
autêntico modo de ser (humano):
Ainsi
n’est-il (o paradoxo) donc
pas l’invention de l’intelligence, tant s’en faut! car il
faudrait alors qu’elle eût pu inventer le paradoxe; non, c’est
avec le paradoxe que le scandale prend l’être;il prend l’être,
et nous revoici de nouveau devant l’instant, ce centre autour
duquel tout tourne. (34)
Pode,
assim, dar conta, com grade precisão, daquilo que a lógica
hegeliana vinha para obnubilar
o ser contingente, núcleo irredutível da realidade:
No
a la realidad, pues la Lógica no puede dejar pasar la contingencia,
que es essencial a la realidad. (nn)
(35)
Como conseqüência, observa
Jean Wahl, a verdade (do pensar paradoxal) não poderia jamais ser
total, mas apenas parcial, o que de certo modo antecipa Lacan no
espírito e até na própria letra:
Il
n’y a pas de vérité totale. (36)
Fica,
pois, bastante evidente a oposição kierkegaardiana à dialética,
mas pode-se também constatar suas restrições a duas outras
lógicas de base. Primeiro, à lógica transcendental cartesiana,
quando, por exemplo, se recusa à identificação de existência e
pensar:
Car
l’homme est un existant qui pense, bien que pensée et existence ne
soient jamais identique l’un et l’autre.
(37)
Depois,
também à lógica clássica (da dupla diferença, por isso do
terceiro excluído), que caracterizamos como lógica do possível
(38). Por se constituir em meio de compreensão, o
discurso lógico formal, tão apenas por isso, torna-se imediata
negação do paradoxal:
Comprendre,
c’est en effet traduire dans le langage de la possibilité. Il n’y
a compréhension que par repport à ce donc la possibilité est
située plus haut que la réalité. Comprendre
le paradoxe, c’est donc le nier.
(39)
[W]
Assumindo-se
mais uma vez como referência o quadro das lógicas de base, a
exclusão da dialética (I/D), e depois das lógicas transcendental
(I) e clássica (D/2), deixa apenas uma opção: a lógica
da diferença (D).
- Heidegger e a recuperação do logos heraclítico
Embora não transpareça
na quase totalidade de sua enorme plêiade de comentadores, o
interesse de Heidegger pela lógica enquanto tal aparece muito cedo e
se mantém de forma profunda e duradoura por toda sua extensa obra.
Este interesse já aparece em seus primeiros escritos filosóficos no
quais ele sustenta uma posição anti-psicologista em lógica,
seguindo a orientação de seu mestre Husserl (Recherches
Logiques) e de Frege. (40)
Isto posto, seria
possível caracterizar e depois situar a lógica heideggeriana
uma pretendida lógica mais originária,
...
uma “ação” que é, ao mesmo tempo,... um deixar
vigorar o ser a partir se sua própria verdade (nn)
(41)
tomando-se
como referência o nosso quadro das lógicas de base? Que lugar lhe
caberia, então?
Começaríamos
observando que, para Heidegger, em seu cerne a
metafísica é “lógica” (42).
Para ele,
...
a lógica é o fio condutor, o âmbito próprio do pensamento
metafísico.
(43)
Paralelamente,
nosso filósofo vai afirmar que a lógica (tal como ela se fixou na
tradição do Ocidente, depois de Platão) é, de certa modo,
.,
porém, logos degenerado, pervertido pela metafísica; em suma:
A
“lógica” é a metafísica do .
(44)
Esta
circularidade, ainda que parcial, deixa bem evidente que a questão
da metafísica é, no seu cerne, a mesma questão da lógica; a
duplicidade seria apenas de perspectivas, ora ontológica, ora
lógica. Mas o que deveríamos entender precisamente por metafísica,
este termo hoje tão execrado quanto pouco entendido? Explica-nos
Heidegger com clareza exemplar:
Pensar
o ente a partir da idéia, do supra-sensível, é
o que distingue o pensamento que recebe o nome de “metafísica”
(nn) (45)
Isto
não poderíamos mesmo esperar
outra coisa , nos remete
diretamente a Platão:
D’un
bout à l’autre de la philosophie, c’est la pensée de Platon
qui, en diverses figures, demeure déterminante. La méthaphysique
est
de fond en comble platonisme.
(nn)(46)
A
partir
do que concluímos
obrigados a convir com Heidegger ,
que a lógica (já em seu estado degenerado, é preciso enfatizar) já
existia uma geração antes de ter encontrado seu um pai:
(É
somente desde Platão que existe a “lógica”...) (47)
O
próprio filósofo tem o cuidado de observar que a noção de lógica
como metafísica do
é de certo modo precária, dado que, de modo retroativo, a lógica é
essencial à própria compreensão do que vem a ser metafísica:
Essa
determinação, nada esclarecedora, da lógica como metafísica do
,
oferece-se como uma indicação de aporia. Mas a aporias a que
chegamos não pode ser evitada porque aquilo que a metafísica é, só
se deixa esclarecer, em sua parte principal, através da explicação
da essência da “lógica”. (48)
Para
nossa surpresa
pois tudo estaria já decidido desde Platão ,
Heidegger nos remete a Kant e à sua “revolução” com o
propósito de explicitar o correto significado da lógica:
A
fim
de considerarmos corretamente a essência e o significado da lógica,
devemos pensar que a “revolução” operada por Kant no modo de
pensar cumpriu-se no campo da lógica (49)
Aduz,
para o nosso ainda maior espanto, que as conseqüências da
revolução kantiana se estendem até Hegel. A rigor, era a este
último que se devia imputar o acabamento daquela “revolução”:
Com
múltiplas ampliações e transformações, a ‘lógica’ torna-se
o cerne do pensamento que sucede imediatamente a Kant, a metafísica
de Fichte, Schelling e Hegel. (50)
A
princípio, esta identificação de Kant (e sua lógica
transcendental I) e Hegel (com sua lógica dialética I/D) deve mesmo
chocar quem tiver como referencial, tal como por nós mesmos
recomendado, nosso quadro das lógicas de base. Entretanto, ela irá
se afigurar mais do que natural se considerarmos a hipótese de que o
que Heidegger tem aqui como meta é o isolamento de uma lógica
diferencial. Quem tivesse tal propósito, estaria perfeitamente
justificado em livrar-se de uma só vez, de todas as lógicas da
família da identidade: transcendental (I), dialética (I/D) e mais o
que pudesse aparecer começando por I (medite o leitor sobre o que
isto significa, tendo-se em conta que a síntese das lógicas de base
é a lógica hiperdialética qüinqüitária (I/D/2),
da família da lógicas identitárias, lógica específica do ser
humano!). Daí, a adjudicação de Hegel a uma linhagem filosófica
que começa com Parmênides, e não com Heráclito (51),
como se reclamava o próprio Hegel e em geral o fazem os
historiadores da filosofia:
Dans
la perspective de cet achèvement de la philosophie moderne, la
sentence de Parménide [porque
a mesma coisa são pensamento e ser] apparaît
comme le débout de la spéculation philosophique proprement dite,
c’est-à-dire de la logique au sens de Hegel; mais seulement comme
son débout. A la pensée de Parménide manque encore la forme
spéculative, c’est-à-dire dialectique, que Hegel au contraire
trouve chez Héraclite. (colchetes
nossos, porém de acordo com o próprio H.) (52)
Isto,
entretanto, não era tudo, pois restava o sério problema a
identificação de Platão (I/D) e Aristóteles (D/2)
na mesma linhagem dos filósofos metafísicos. Agora, uma
identificação da mesma sorte é repetida, apenas na ordem inversa
(53),
quando o filósofo alemão toma Leibniz (D/2)
logo o grande anunciador da lógica matemática moderna
como um “preparador” do transcendentalismo kantiano e o pior, da
dialética hegeliana (I/D). Vejamos :
Pode-se
chamar de lógica metafísica essa nova ‘lógica’ preparada por
Leibniz, fundada por Kant, iluminada por Schelling e desdobrada ao
absoluto como sistema por Hegel. (54)
Embora,
como vimos, fosse possível encontrar um critério de exclusão
(exclusão do
, inclusão
na metafísica), dando conta da lógica transcendental (I) de Kant e
da dialética (I/D) de Hegel, este critério obviamente não podia
funcionar em relação a Aristóteles ou mesmo Leibniz,
comprometidos com uma lógica diferencial (D/2).
E Heidegger insistia, chegando a tomar para título de um dos itens
de seu Heráclito:
O
como enunciado sobre o ente através da idéia (
) e as categoria no pensamento meta-físico (Platão, Aristóteles,
Kant). (55)
Como
incluir no mesmo saco meta-físico Platão, Aristótele e Kant, ou, o
que se lhe deveria parecer o mesmo, Hegel, Leibniz e Parmênides?
A
explicação, para nós, é que Heidegger, com o propósito de
isolamento da essência do
heraclítico,
precisou se desfazer de um só golpe, também, das lógicas derivadas
(56).
Raciocinemos: aceitando-se que a filosofia é a pergunta pelo ser
(Aristóteles), Platão representaria o fim da filosofia grega, na
medida em que abandona a pergunta pelo ser-um, que a cultura grega
prometéica (da diferença) não podia mesmo responder, para
buscá-lo, à frente, depois da diferença, isto é, no uno-trino,
onde a diferença já se encontraria integrada à uma síntese
superior. Isto é a substituição do ser
pela idéia,
que para Heidegger justamente caracteriza a metafísica. Em
conseqüência, estariam condenadas, não só a dialética, mas
também todas as lógicas que lhe sucedem ou subsumem, como é o caso
da lógica clássica ou aristotélica (57).
É bom observar que com este critério Hegel uma vez mais condena a
lógica hiperdialética qüinqüitária que, sabemos, subsume não só
a dialética, mas igualmente a lógica aristotélica.
Assim,
rejeitando também as lógicas derivadas, pode Heidegger se livrar
conjuntamente da lógica clássica (Aristóteles e Leibniz) e da
dialética (Platão e Hegel). Ver figura 3.
Figura
3. Estratégia lógica heideggeriana
Já
bem escudado com sua estratégia lógico-excludente, Heidegger se
pergunta:
Ou
será que a chamada “lógica” só traz esse título porque nela
se toma o
numa perspectiva toda particular, pela qual até se acredita
conceber verdadeiramente o ?
Não poderia ser que “a lógica” é o que se perde da essência
do ?
(58)
É certo que já tem sua
resposta: sim. Sim, também diríamos nós, se a essência do
é a lógica da diferença, capaz de deixar vigorar o ser a partir
se sua própria verdade.
A “lógica”, para a
maioria, vem se restringindo à lógica clássica. Para uns poucos,
iniciados na filosofia e ainda ciosos da coerência, ela
compreenderia adicionalmente as lógicas transcendental e dialética,
e só. Foi exatamente contra isto que clamámos logo ao início de
nosso série de artigos sobre a lógica da diferença, no que, se vê
agora, estávamos em excelente compania. (59)
Antes
de encerrar, uma justificativa necessária. Não temos qualquer
dúvida que muito se há de estranhar ou mesmo reprovar a ausência
aqui de um tópico específico para Nietzsche; até um segundo para
Deleuze. O repúdio à dialética platônica (I/D) e ao cristianismo
trinitário seu herdeiro lógico, a crítica ao positivismo
científico (D/2)
destituído de reais compromissos com a verdade do ser, o
distanciamento diante do subjetivismo transcendental (I), sem falar
no gosto pelos aforismas, demonstram o inequívoco comprometimento
nietzscheano com a lógica da diferença (D). Nossa única e pobre
justificativa, confessamos, é que o essencial, em termos lógicos,
já estaria dito por Pascal, Kierkegaard e com exuberância, por
Heidegger .
Notas
Quinto de uma série de artigos dedicados à lógica da diferença, publicados da Revista Brasileira de filosofia, fasc......., S. Paulo, 1999.2. HEIDEGGER, M, The Metaphysical Foundations of Logic. Bloomington, Indiana UP, 1984. p. 5
Quinto de uma série de artigos dedicados à lógica da diferença, publicados da Revista Brasileira de filosofia, fasc......., S. Paulo, 1999.2. HEIDEGGER, M, The Metaphysical Foundations of Logic. Bloomington, Indiana UP, 1984. p. 5
3.
A física newtoniana reduz toda a diversidade do mundo a três
dimensões fundamentais
tempo, espaço e matéria, tomados como três absolutos. A física
einsteiniana tem a pretensão de relativizá-las todas, reduzindo-as
à simples espacialidade. Esta é a “história oficial”, de que
aliás discordamos; ver SAMPAIO, L. S. C. de SAMPAIO.
Apontamentos para uma História da Física Moderna, Rio
de Janeiro, UAB, 1993/1997.
- Uma boa metáfora para ajudar a compreensão da Relatividade Geral é associá-la ao que fez Bertolucci quando filmou o Grande Imperador transando sob o lençol. Não vemos os personagens, mas eles e suas ações nos aparecem representadas pelos altos e baixos (curvaturas) do lençol e dos seus deslocamentos. Na mecânica newtoniana os personagens seriam filmados sobre o lençol que funcionaria como referencial espacial. A metáfora tem seus limites, mas é altamente sugestiva.
5.
As culturas de ponta seguem um rígido determinismo lógico conforme
mostramos em SAMPAIO, L. S. C. de. Noções
de antropo-logia.
Rio de Janeiro, UAB, 1996. Alternativamente, pelo mesmo autor, o
vídeo Antropologia
cultural,
I,
II, III e IV,
Rio de Janeiro, EMBRATEL/UAB, 1993.
6.
Depois de Lacan, a sexualidade humana passa a ser definida como a
diagonal de um quadrado formado por fórmulas que ele denominou
matemas. Nós mostramos que os matemas, na verdade, designam lógicas:
lógica transcendental ou da identidade (I), lógica da diferença
(D), lógica dialética (I/D) e lógica clássica ou da dupla
diferença (D/2).Seguindo
a mesma estrutura lacaniana, as lógicas clássica (D/2)
e da identidade (I) definem o ser masculino e, complementarmente, a
dialética (I/D) e a da diferença (D) o feminino. Ver SAMPAIO, L. S.
C. de. A
lógica da diferença e a Psicanálise,
em RBF, fasc. ... S. Paulo, 1999.
7.
ibid.
8.
AXELOS, Kostas. Contribuition
a la Logique.
Paris, Minuit, 1977
9.
ROSSET, Clément. Lógica
do Pior.
Rio de Janeiro, Espaço e Tempo, 1989
10.
A lógica hiperdialética I/D/2,
característica do ser humano, pode ser representada por uma pirâmide
onde ela aparece no vértice e as lógicas I, D, I/D e D/2
formam o quadrilátero da base; daí a denominação lógicas de
base.
11.
“Pour nous, Pascal est la première réalisation exemplaire de
l’homme
moderne”.
GOLDDMANN, Lucien. Le
Dieu caché.
Paria, Gallimard, 1959. p. 192
12.
VILLAR, A. Pascal:
ciencia y creencia.
Madrid, Cincel, 1988. p. 66
13.
KÜNG, Hans. Dieu
existe-t-il? Paris,
Seuil, 1981. p. 72
14.
PASCAL, B. Oeuvres
complètes.
Paris, Seuil, 1963. p. 552
15.
ibid.
16.
KÜNG, op.
cit. p.
77.
17.
LACAN, J. La
logique du fantasme in
Ornicar? N0
29 (1984) pp.13-14
18.
O contato da família Pascal com o jansenismo teria ocorrido quando
de sua passagem por Rouen, quando o pai sofre um acidente e é
cuidado por dois cirurgiões já comprometidos com a doutrina, que o
induzem à leitura de Arnaud, Saint-Cyran e o próprio Jansen.DUMAS,
J-L. Histoire
de la Pensée.v. 2 .
Paris, Tallandier, 1990. p. 93
19.
A verdade da História é vitória,
por isso não há outra história senão a do vencedor. Daí, que o
exclusivismo da dialética estará sempre acompanhado do perigo da
derrelição moral. Para maiores esclarecimentos, ver nota 24
adiante.
20.
VILLAR, op.
cit.
p.140
21.
GUITART, René. Logique
Inspeculaire.
in Effets et Méfaits du Discours de la Science. Lille, 1992.
22.
A lógica da diferença se realiza ora como lógica paraconsistente
ou do paradoxo, ora como lógica intuicionista. Ver SAMPAIO, L. S. C.
de Realizaçes
paraconsistente e para completa da lógica da diferença.
RBF, fasc. 1999.
23.
ROHDE, Peter P. Ed. The
Diary of Soren Kierkegaard,
N. York,
Philoophical
Library, 1960.
24.
WAHL, Jean. Kierkegaard
– L’Un devant l’Autre.
Paris, Hachette, 1998. p. 106
25.
KIERKEGAARD, S.
Oeuvres Complètes, Post-scriptum. Tomo X, v. II.
Paris, l’Orante, 1977. p.4. A expressão ‘aut-aut’ , tão cara
a Kierkegaard é geralmente traduzida por ‘ou bem ... ou bem’.
26.
CLAIR, André. Pseudonymie et Paradoxe. Paris, J. Vrin, 1976. p. 58
27.
As verdades para as quatro lógicas de base seriam: alétheia,
para a lógica transcendental ou da identidade (I); gozo,
para a lógica da diferença (D), vitória,
para a lógica dialética (I/D) e adaequatio,
para a lógica clássica (D/2).
Ver BARBOSA, M. C. As
Lógicas – As lógicas ressuscitadas segundo Luiz Sergio Coelho de
Sampaio,
S. Paulo, Makron Booka, 1998. Cap. 11.
28.
KIERKEGAARD, S.
Oeuvres Complètes, Post-scriptum. Tomo X, v. II.
p.5
29.KIERKEGAARD,
S. El
concepto de la angustia.
Madrid, Espasa-Calpe, 1982. p. 28
30.
Ibid.
p. 26
31.
WAHL,
op.
cit.
p. 200
32.
KIERKEGAARD, S. Riens
philosophiques.
Paris, Gallimard, 1948. pp. 87-88
33.
KIERKEGAARD, S. El
concepto de la angustia.
P. 26
34.
KIERKEGAARD, S. Riens
philosophiques. pp.
105-106
35.
KIERKEGAARD, S. El
concepto de la angustia.
p. 24
36.
WAHL,
op.
cit.
p. 189
37.
ibid.
p. 116
38.
Para Lacan as verdades seria quatro, em perfeita sintonia com as
lógicas de base: total,
para a lógica da identidade; parcial,
para a lógica da diferença; total
e parcial
para a dialética; nem
uma, nem outra,
para a lógica clássica. Ver também nota 24 anterior.
39.
WAHL,
op.
cit.
p. 197-198
40.
TAMINIAUX, J. Remarques
sur Heidegger et les Recherches Logiques de Husserl,
in Revue Philosophique de Louvain (75), 1977, pp. 74-100 e COURTINE,
J-F, Les
“Recherches Logiques” de Martin Heidegger, de la théorie du
jugement à la vérité de l’être,
in Heidegger
1919-1929,
Paris, J. Vrin, 1996, pp. 7-31.
41.
HEIDEGGER, M. Heráclito,
Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 1998. P. 289
42.
ibid.
p. 247
43.
ibid.
p. 269
44.
ibid.
p. 243
45.
ibid.
p. 266
46.
HEIDEGGER, M. La
fin de la philoophie et la tâche de la pensée in
Questions IV.
Paris, Gallimard, 1969. p. 199
47.
HEIDEGGER,
M. M. Heráclito,
op.
cit. p.
244
48.
ibid.
pp. 264-265
49.
ibid.
p. 241
50.
ibid.
51.
CÔRTES GUIMARÃES, Aquiles.
Tendência da filosofia brasileira contemporânea - Relatório
parcial.
UFRJ-IFCS-Dep. de Filosofia. Rio de Janeiro, 1994.
52.HEIDEGGER,
M. Moîra
(Parménide, VIII, 34-41)
in Essai
et Conférences.
Paris, Gallimard, 1958.
53.
A ordem inversa se justifica pelo fato de que na seqüência
Platão–Aristóteles temos um processo construtivo, logo, a
dialética precisa preceder à lógica clássica. Na seqüência
Leibniz-Hegel, estamos diante de um processo de “volta do
recalcado”, onde, naturalmente o mais primitivo (a dialética) tem
mesmo que vir depois.
54.
HEIDEGGER,
M. M. Heráclito,
op.
cit. p.
242
55.
ibid.
p. 264
56.
SAMPAIO, L. S. C. de Noções
elementares de lógica
– Compacto.
Rio de Janeiro, ICN, 1991 e também A
lógica da diferença em meio às demais lógicas,
RBF, fasc. 1999.
57.________.
Dialética
trinitária versus hiperdialética qüinqüitária.
Rio de Janeiro, 1995
58.
HEIDEGGER, M. M. Heráclito,
op.
cit. p.
243
59.
SAMPAIO, L. S. C. de. A
lógica da diferença.
RBF, fasc. ...1999.p. ....
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